O Seival foi um navio de guerra da Revolução Farroupilha (1835-1845), construído pelos “farrapos”, nome pejorativo dado aos que lutaram pela independência do sul do Brasil do resto do país. Junto com o Seival, também foi construído o lanchão “Farroupilha”, de tamanho um pouco menor. As embarcações foram construídas para a tomada de Laguna, onde se localizava um porto muito necessário aos farroupilhas, devido a impossibilidade de conquistar o porto de Rio Grande, fortemente defendido pelas forças imperiais. A 14 de Julho de 1839 os lanchões rumaram à Laguna, sob o comando geral de David Canabarro. John Griggs, um mercenário contratado pelos revoltosos, comandou o Seival, enquanto Giuseppe Garibaldi comandava o Farroupilha.
Os barcos foram transportados por terra e água, do Rio Grande Do Sul até o sul de Santa Catarina (vide a primeira imagem), puxados por bois. Ao cortarem a Lagoa dos Patos, foram perseguidos pela marinha imperial, além de, posteriormente, passarem por várias dificuldades. Era inverno, chovia e ventava muito, fazendo do chão um grande lodaçal. Já em Santa Catarina, na região de Jaguaruna, uma tempestade fez o Farroupilha afundar. Do naufrágio salvam-se poucos farrapos, entre eles Garibaldi.
O Seival entrou em Laguna através da Lagoa de Garopaba do Sul, atravessando a Barra do Camacho, no atual municipio de Jaguaruna, e o rio Tubarão. O ataque a Laguna, desta forma, foi realizado por trás, fato este que surpreendeu as forças imperiais, que esperavam um ataque de Garibaldi pela barra de Laguna e não pela lagoa. Contando com a ajuda da população lagunense, Garibaldi, com o Seival, toma Laguna a 22 de Julho de 1839. Em 29 do mesmo mês foi proclamada a República Juliana.
Na última batalha do Seival, ele foi encalhado e mais tarde transformado em iate mercante com o nome de Garrafão (segunda imagem). Navegou muitos anos como mercante e acabou seus dias novamente encalhado em uma praia em Laguna (terceira imagem). Em 1916, quando ia ser restaurado por historiadores italianos foi queimado. Dos restos da sua quilha, em 1945, nasceu uma figueira, que foi transplantada para o Jardim Calheiros da Graça, a praça da Matriz, ficando conhecida como Árvore de Anita.
Links das imagens originais:
Primeira imagem - Segunda imagem - Terceira imagem
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