Inaugurado em 1915, o Jardim Calheiros da Graça faz parte da Praça Vidal Ramos e é fruto do trabalho de José Guimarães Cabral e Ataliba Rollin, entre outros. O chafariz foi construído por Marcos Gazola. O local era cercado por grades para protegê-lo dos animais que andavam soltos. A praça Vidal Ramos foi inaugurada em 25 de abril de 1915 e compreende os jardins e as quatro ruas que circundam o local. Seu nome é uma homenagem a Vidal Ramos, antigo governador do Estado. Algumas das árvores do jardim foram trazidas, em porões de navios, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. No decorrer do primeiro semestre do ano passado, o Jardim Calheiros da Graça passou por uma obra de revitalização. Nela, ele teve seu visual repaginado. Onde antes era terra, agora há calçada, o chafariz foi reativado, vegetação renovada, foram plantados pés de butiá, a planta símbolo de Laguna, etc. A inauguração coincidiu com a abertura da Festa de Santo Antônio, dia 1º de junho, e o custo da obra foi orçado em R$ 144 mil, com recursos do IPHAN. O jardim foi palco de muitos e muitos romances, olhares e paqueras. Abaixo, um fragmento de um texto do blog do Valmir Guedes que aborda como ninguém este tema:
"Do footing de antigamente, passando pelas paqueras, pelos olhares 43, pelo ficar.
Antes - muito mais do que hoje -, seus canteiros foram testemunhas oculares e silenciosos de beijos roubados, promessas vãs e daquele amasso.
Quem não ficou naquele pra lá e pra cá , em turma ou não, somente “urubuservando”?
Quem não saiu da sessão das 19 horas do Cine Mussi, passou na Miscelânea, comprou um sorvete e foi saboreá-lo sentado nos bancos de granito do Jardim?
Quem não caminhou e correu sobre a murada circular do chafariz?
Quem não subiu em suas árvores?
Quem, fim de baile de carnaval no Congresso, não dançou e pulou ao amanhecer, pelas calçadas ao redor do Jardim, comemorando e torcendo pra a festa nunca acabar?
Quem não sentou nos meios-fios durante horas, pai e mãe atentos aguardando os desfiles de blocos, e depois escolas de samba?
Quem não procurou um melhor local para assistir as apresentações das agremiações no palco de madeira montado na rua Conselheiro Jerônimo Coelho?
Quem não participou da Festa de Santo Antônio dos Anjos, comprou maça-do-amor, cocada, algodão-doce nas barraquinhas montadas?"
Ali no Jardim Calheiros da Graça, está plantada a "Árvore de Anita", uma muda de figueira retirada dos restos da quilha do Seival, como já foi dito em postagens anteriores. A seguir, um trecho do livro "Coisas Velhas" de Saul Ulysséa, editado em 1946:
“[…] em uma noite foi o barco vandalicamente destruido, ficando sòmente a quilha que, naturalmente devido ao tamanho, deixaram no local. Muitas pessôas foram ao sitio onde estivera o velho “Seival” e entre êles um piloto de nome Antônio Joaquim de Sousa. Êste vendo em uma parte apodrecida da quilha uma muda de figueira que ali nascera casualmente, teve a feliz idéia de retirá-la e levá-la ao chefe do govêrno municipal para que fôsse plantada no Jardim Calheiros da Graça, o que foi efetuado.
Desenvolveu-se a figueira e hoje é uma pequena árvore. […]”
A última imagem do post também foi retirada do blog do Valmir Guedes.
Veja também:
Mercado Público e Docas
“O Jogo” e Laguna
Molhes da Barra
Muito bom seu blog... Continue fazendo assim.... Laguna merece pessoas como Você.
ResponderExcluirVocê é especial, aos olhos de quem tem emoção....
Obrigado pela visita e elogios Cláudia! Abraço!
ResponderExcluirVivi tudo isso. E a saudade é grande 🥰🥰
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